linhas puras

Outro dia fui ao lançamento de primavera-verão da Zidi, marca de moda festa feita por Fernanda Zgouridi.

Eu já falei da marca aqui, na época em que ela foi criada, e fiquei feliz em ver que a qualidade dos tecidos, o cuidado com o corte e o acabamento primoroso continuam os mesmos.

Uma outra característica que se mantém é o estilo clean com detalhes sutis que só se revelam diante de um olhar mais atento: pregas que desenham decotes, cavas sinuosas, drapeados que sugerem movimento. Coisa fina, para mulheres cosmopolitas que não precisam dos artifícios da óbvia sensualidade para chamar a atenção.  

Abaixo, algumas fotos do catálogo

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Fotos: Maurício Nahas
Direção de arte: Paulo Pretti
Styling: Augusto Carneiro
Modelo: Rarika Acler
Beleza: Saulo Fonseca
Florista: Aline Matsumoto

música ao cair da tarde

 Muito engraçado esse clipe de “Carmensita” do Devendra Banhart, no maior clima Bollywood, com participação da namorada do moço, ninguém menos do que a bela atriz Natalie Portman. Achei uma coisa meio “Trapalhões”, sei lá, assista e me diga…rsrsrs…

Dica do rraurl.com

som na soma

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Acaba de sair a sexta edição da Soma, revista bimensal com distribuição gratuita, mais do que bacana. Este número, que comemora um ano de existência da publicação, além de conter uma série de matérias interessantes, vem com um CD de brinde. São 14 faixas inéditas de bandas/artistas brasileiros independentes, como Constantina, Kiko Dinucci e Bando Afromacarrônico, Fossil, Polara, Burro Morto e Parteum, entre outros. Eu confesso que não conhecia nenhum deles grupos e gostei muito do que ouvi.

Ficou com vontade de ouvir também? Não tem drama! Acesse o site da Soma e faça o download gratuito das 14 músicas!

Parentêsis rápido: quando comecei a trabalhar como produtora de moda, no fim dos anos 80, o transporte que as editoras Abril e Globo (na época, Rio Gráfica) disponibilizavam para a produção era a velha e boa Kombi. Por isso, adorei a homenagem da revista ao veículo cinqüentenário, que foi customizado por Binho Barreto, Chivitz, Estúdio Colletivo, Kultur Studio, Rui Amaral, Cristiano Trindade “Gota”, Fernando Ribeiro e Danielone.

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Acima, a “kombosa” na versão do Estúdio Colletivo

O que mais tem na edição? KL Jay (DJ do grupo Racionais MCs), o grande mestre Nelson Leirner, Eduardo Recife (artista gráfico que eu descobri graças a outra revista querida, a Zupi), Yo la Tengo, uma homenagem às costureiras, lindas polaróides feitas com filme SX70, as esculturas urbanas de Renata Lucas… e mais um montão de coisas!

Se vira pra arrumar a sua! A minha eu não dou e não empresto!

Homem colorido

 O SPFW passou e eu acabei não fazendo um post sobre moda masculina. Para remediar o caso –que não foi de esquecimento, mas de pura falta de tempo– decidi pedir a opinião de alguns rapazes sobre o assunto.

Aqui, o jornalista Luiz Pattoli, que trabalha com comunicação empresarial e também é DJ e blogueiro, comenta o desfile da marca carioca Reserva. 

“Uma das coisas que eu mais reclamo na moda na masculina é a utilização de cores vivas, alegres. Não falo de moda jovem ou street-wear, essas têm cores, me refiro a roupa social ou ‘roupa de trabalho’. Apesar de gostar de roupas largas e de uma moda mais casual, no trabalho preciso estar um pouco mais arrumado. Não preciso usar terno e gravata, mas não dá para usar roupas estampadas ou muito coloridas.”
 
“Diante desse panorama, foi uma grata surpresa ver o desfile da Reserva no último dia do São Paulo Fashion Week. O debut da marca carioca no SPFW, feito na menor sala do pavilhão da Bienal, trouxe uma coleção com o tema Dândi da Silva – que segundo o release é um cara ‘boêmio, musical, elegante, colorido e cheio de suingue’.
Achei a coleção bem comercial, sem grandes extravagâncias.”
 
“O verão da Reserva tem malhas leves de lã amarelo e rosa claros, calças com estampas gráficas e muita geometria nas camisas, que podem ser listradas, diagonais ou xadrez. Gostei demais de uma camisa xadrez com uma borda amarela. Mas, lã no verão me parece um pouco demais, mesmo que seja uma coisa leve, para sair à noite. Não sei se eu usaria.”
 
“Porém, o que me conquistou na coleção foi a utilização da cartela de cores. Grande parte das roupas é cinza/prata e marrom com detalhes em cores fluorescentes. Eu, que gosto de cores vivas, usaria tranquilamente a maioria das peças – menos uma blusa que é amarrada na cintura. Acho improvável que a maioria dos meus colegas de trabalho – que fazem chacota das minhas camisas rosas – usasse algum dos modelitos.”
 
“Cores ainda são vistas como extravagantes ou como uma coisa do mundo feminino pelos homens na maioria dos ambientes de trabalho e fora dele também. É claro que existem pessoas que não compartilham dessa opinião, mas é só dar uma olhada na avenida Paulista na hora do almoço: é um festival de preto, cinza, marrom e azul-marinho no corpo de homens de todas as idades. Talvez os estilistas da Reserva não tenham pensado num uso ‘corporativo’ das peças, mas seria interessante alguém elaborar isso. Também seria interessante pensar em roupas bacanas para quem está acima do peso.”

“A alfaiataria apresentada no desfile tem um toque retrô e mistura paletós com bermudas. Não gostei da combinação e não usaria as duas peças juntas – acho que paletó e bermuda dá um ar muito infantil para o homem. Mas eu gostei do paletó xadrez e usaria com uma calça lisa ou com um jeans. As bermudas da coleção são bonitas, mas nenhuma me impressionou. Ainda acho que as camisas e blusas foram os destaques e usaria grande parte do que foi apresentado. Combinando com o que tenho no meu guarda-roupas, eu estaria arrumado como pede o meu trabalho, mas com um toque descontraído, que me diferenciaria dos outros.”  Luiz Pattoli

Eu também reparei que vários estilistas propuseram o uso do paletó com bermuda ou short, o que parece muito apropriado para o nosso clima tropical. Mas concordo com o Pattoli quando diz que deixa o homem com ar infantil. Em geral, rapazes de short em situações urbanas me fazem pensar naqueles uniformes do jardim da infância. Será que é falta de hábito? Preconceito? Será que um dia os executivos vão exibir as pernocas no trabalho?

Selecionei estas três fotos para serem averiguadas por potenciais consumidores:

 reserva2.jpg Look 1 – Reserva

mario-queiroz1.jpg Look 2 – Mario Queiroz

vrom-1.jpg Look 3 – V.Rom

Agora vamos ver o que os rapazes pensam sobre a dupla paletó com bermuda:

ricardo-lombardi.jpg Ricardo Lombardi, 38 anos, editor do Guia do Estudante e Alamanaque Abril e autor do blog Desculpe a Poeira.

Look 1: Não dá. Só o tênis e a bermuda se salvam, sem o paletó. Usando esse conjunto eu me sentiria uma espécie de Pee Wee Herman  pronto para animar uma festa infantil. Mas a bermuda é bonita.

Look 2: As peças funcionam separadamente, também. O calção eu usaria na praia; o paletó e a camisa, no trabalho. Mas se usasse tudo junto seria demitido, acho.

Look 3: De todos, é o que me pareceu mais próximo da realidade (bom, ao menos da minha). Eu não usaria, mas achei que caimento das peças dá um ar confortável ao conjunto. Ah, ok, eu usaria na praia, numa festa. Resumindo: paletó e verão tropical não combinam. Melhor insistir na camiseta básica ou na camisa hawaiana.

joao-perassolo.jpg João Pedro Perassolo, 25, jornalista e autor do blog Música de Cabeceira

Look 1: Parece roupa de palhaço de circo, versão 2008. Overdose de xadrez. Só falta aquele nariz vermelho.

Look 2: Poderia ser usada numa pool party, tipo festa de reveillon à beira da piscina. Se colocar um suspensório e tirar o paletó, fica o Chaves.

Look 3: Quando o excesso faz sentido. O detalhe em verde no paletó chama a atenção e te distrai das estampas todas. Usaria numa festa, sem medo de ser feliz. Nota dez.

julio-cesar-2jpg.jpg Júlio César Soares, 25 anos, jornalista e autor do blog O Imperador.

Look 1: A bermuda me chocou por ser muito justa. É mais ou menos a calça do Zezé de Camargo (daquela dupla lá), inclusive em seu tamanho real.

Look 2: Já esta é uma bermuda da Seleção de 82. Aposto que pegaram o calção do Sócrates como base.

No geral: Sei lá, achei as bermudas meio estranhas. Talvez um estilo mais Angus Young, do AC/DC cairia melhor pra mim. E você sabe, “Imperador” não usa essas coisas de paletó. Imperador usa saia e toga, hahahahahahhahahaha…

renato-salles.jpg Renato Salles, 28, arquiteto e autor do blog Arquétipos de Arquitetura.

Look 1: Acho interessante, mas o crash de estampas me incomoda um pouco. Talvez com uma camisa branca ou até uma camiseta eu usaria. Mas o paletó é um pouco estruturado e justo demais e a bermuda é para ocasiões mais informais, então não usaria um corte de paletó tão sisudo.

Look 2: Não gostei. O tecido xadrez é muito pesado, o paletó tem um corte muito folgado e o short curtinho não dá. Fora que se você fechar os botões do paletó provavelmente vai parecer que está sem calça.

Look 3: É o mais legal. O paletó é mais curto, tem detalhes divertidos e acaba ficando com uma cara de jaqueta. A estampa da bermuda e do colete está longe de ser a minha favorita, mas o contraste com a cor clara e lisa do paletó funciona bem. A bermuda podia sem um pouco mais longa, como a primeira, mas esse é o look que acho mais provável de usar.

No geral: Trabalho sempre de calça jeans e camiseta, então não estou acostumado e não gosto de usar terno. Por isso acho que quebrar a sisudez do conjunto uma idéia bacana. Acho difícil que eu use um paletó em um dia em que esteja de bermuda, porque provavelmente o calor não vai ajudar, mas não vejo problemas com a combinação.
 
 

na mata

E para começar bem a semana, um vídeo inspirador do grupo islandês Sigur Rós, que lançou um novo disco recentemente.

domingueira de arte e política

 A Domingueira de hoje vai ser bem atípica!

Arte engajada é algo que faz a maioria dos críticos e entendidos torcer o nariz. Discussões acaloradas costumam surgir quando se discute as relações entre arte e política. Como não domino nenhuma das duas áreas, não vou entrar no mérito da questão.

O blog Rebel:Art (dica ótima da Lalai) se aventura justamente neste terreno incerto, fazendo a conexão entre ativismo e arte. Encontrei algumas obras interessantes por lá.

De Peter Kennard e Cat Picton Philips, “Photo op”

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De Julius von Bismarck “Image Fulgurator”

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“Aparat zur minimal-invasiven Manipulation von Fotographien”, von Julias von Bismarck. “It intervenes when a photo is being taken, without the photographer being able to detect anything. The manipulation is only visible on the photo afterwards. In principle, the Fulgurator can be used anywhere where there is another camera nearby that is being used with a flash. It operates via a kind of reactive flash projection that enables an image to be projected on an object exactly at the moment when someone else is photographing it. The intervention is unobtrusive because it takes only a few milliseconds. Every photo another photographer takes of an object at which the Fulgurator is also aimed is affected by the manipulation. Hence visual information can be smuggled unnoticed into the images of others.” Technik hier, Beispielvideo einer Intervention hier. Via Mail, Danke, Mart!

(esqueci de postar este texto ontem, vamos de domingueira na segundona, mesmo!)

ponto de interrogação

Meu amigo Marco Sabino –autor do Dicionário de Moda e designer de acessórios, presença freqüente nas páginas deste blog– com a veia crítica que lhe é particular, redigiu o texto abaixo, publicado no jornal carioca O Globo. Doze alfinetadas certeiras! Ouch!

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Nudez na passrela da Rosa Chá e Gisele Bündchen no desfile da Colcci

Olá!

O que mais te incomodou nas últimas temporada de moda?
 
1. O bum-bum exposto de Rodrigo Rothen ou o frenesi em torno
de La Bündchen?
 
2. A mesmice no linguajar da moda de muitos blogueiros e
jornalistas ou o número mínimo de modelos negros nas
passarelas?
 
3. As cópias de itens estrangeiros ou a empáfia de
alguns personagens da moda?
 
4. Os corpos sarados dos modelos no desfile da Rosa Chá ou
a esqualidez de algumas outras modelos?
 
5. As gordurinhas da Karolina Kurkova ou a falta de forma de
vários personagens do circo fashion?
 
6. A bajulação excessiva no texto de alguns blogueiros
ou os barracos em relação à fila A?
 
7. A falta de informação em relação à História
Geral e ao passado da Moda Brasileira ou o foco excessivo em
cima de alguns?
 
8. A publicação dos números desmensurados de
negócios em alguns jornais ou a falta de sinceridade de
alguns organizadores?
 
9. A quantidade excessiva de referências comentadas por
alguns estilistas ( a "poesia costureira", como dizia Mlle
Chanel) ou as músicas estridentes em algumas trilhas de
desfiles?
 
10. A cafonice de algumas celebridades e famosos ou o
excesso de performances nas passarelas de moda?
 
11. A moda show ou a moda usável?
 
12. E afinal, quem foi a mala mais pesada das recentes
semanas de moda? Por Marco Sabino

fonte abundante

Boas novas para quem precisa de informação na área de moda, calçados, mobiliário e couro. É que acaba de ser lançado o Portal SENAI Design, um site que oferece ferramentas de pesquisa e fontes de inspiração supervaliosas!

Quer ver alguns exemplos?

senai-sapatos2.bmp

No post “Sexy footwear” você vai conhecer o trabalho de Brian Atwood –designer de acessórios radicado nos EUA– que tem chamado a atenção ao atualizar sapatos clássicos, como os escarpins, por exemplo, tornando-os ultrasensuais, com design elegante e saltos extratosféricos. Parece que o segredo do estilista é um tal de “fator Cinderela”.

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“Pó interestelar”, por sua vez, fala sobre a artista plástica novaiorquina, Liliane Lijn, que concebeu um projeto totalmente inovador, chamado The Stardust Project. A obra consiste num jardim futurista feito de objetos que emanam uma luminosidade intensa e mutante. Para conseguir o efeito, a artista se utilizou de um material da Nasa usado para a captação de poeira interestelar. Bem interessante como ponto de partida para uma cartela de cores ou mesmo uma estampa, não?

Quer ver outra sugestão de cartela de cores? Algo para aquecer os tons sóbrios do nosso inverno? Você encontra aqui, nas tangerinas, nêsperas e cajus suculentos.

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O site está recheadíssimo de informações, inclusive com referências locais e globais. Não dá para deixar de acessar!

(Este é um post patrocinado. O que é isso? É um post que eu fui contratada para fazer, e que, de acordo com meu ponto de vista, é pertinente ao conteúdo do blog e tem potencial interesse para meus leitores. Para manter a transparência, cada vez que um post patrocinado for publicado, ele estará identificado. OK?)