Fotografia Diária

Gostaria de apresentar a vocês o Fotografia Diária, blog criado por Celso Bessa com a intenção de divulgar trabalhos fotográficos de qualidade. Nomes consagrados, novatos, estrangeiros e brasileiros aparecem em posts diários que podem ser compostos por uma imagem única ou por galerias. A seleção é feita por Bessa e por colaboradores, como eu! Sim, tenho o privilégio de participar do projeto como curadora convidada! Dá uma espiada no rola por lá.

E não deixe de tomar sua dose diária de fotografia!

Exposição – Robografia

Roberto Stelzer é um artista que transita entre a fotografia, a manufatura de brinquedos e a gravura, entre outras atividades. Confira, abaixo, duas obras que fazem parte da exposição Robografia, em cartaz na Galeria Mezanino.

obra em formato de robô colorido

obra em formato de robô colorido

Convite para a exposição de Roberto Stelzer na Galeria Mezanino
Convite para a exposição Robografia de Roberto Stelzer na Galeria Mezanino.

 


Geometria Fractal – Figurinhas infinitamente repetidas

Já parou para pensar na similaridade entre uma concha do mar e o formato do ouvido humano? Ou em como os alvéolos do seu pulmão são parecidos com as ramificações de uma árvore? Já imaginou se uma fórmula matemática pudesse explicar o formato das nuvens ou a imprevisibilidade do clima?

A geometria fractal do matemático francês Benoit Mandelbrot, divulgada nos anos 70 e 80, explica isso. Um fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao objeto original. Diz-se que os fractais têm infinitos detalhes, são geralmente autossimilares e independem de escala.  Como nesta imagem de brócolis.

Imagem de um brócolis com estrutura fractal

Entenda melhor a Teoria do Caos e dos Fractais neste vídeo:

 

Gravura e literatura

Litographs é o nome do projeto artístico de Danny Fein, que cria posters inspirados em clássicos da literatura, como Moby Dick de Herman Melville, A Odisséia de Homero ou Frankenstein de Mary Shelley. Isso não seria surpreendente, não fosse o fato das imagens serem compostas pelo próprio texto da obra, perfeitamente legível e na maior parte das vezes, completo.

Em um mundo em que se lê cada vez menos –uma pesquisa do Instituto Pró-Livro realizada em 2008 afirma que o brasileiro lê, em média, 1,3 livro por ano– um projeto assim merece ser comemorado. E divulgado! Até porque, a cada litografia vendida, um livro é doado a uma comunidade carente.

Litografia Moby do projeto Litographs
Moby, litografia que mede 60 X 90cm e contém 1/3 do texto de Moby Dick
Litografia Alice do projeto Litographs
Alice, litografia que mede 60 X 90cm e contém o texto integral de Alice no País das Maravilhas

(via brain pickings)

 

Look do Dia – Isso é Brasil

Moradora de Várzea Queimada, no Piauí, segura palha de carnaúba. A foto é parte da exposição “A Gente Transforma”, um projeto social de Marcelo Rosenbaum, que está exposta no prédio da Bienal, nesta edição do SPFW.

Pena que no meio da correria entre um desfile e outro, muitos vão olhar de relance e passar batido. Vale a pena ler a matéria de Laura Artigas sobre o assunto, no site do FFW. Clique no link ou leia abaixo.

A Gente Transforma

O terceiro dia de São Paulo Fashion Week começou com a palestra de Marcelo Rosenbaum — o designer é parceiro da 33ª edição do evento, cujo tema é o projeto “A Gente Transforma”. A vila de Várzea Queimada, no Piauí, é a estrela da semana de moda paulistana. Fotos dos moradores estampam os corredores da Bienal e os produtos por eles desenvolvidos têm lugar de destaque no terceiro andar do prédio.

O designer abriu a conferência com um trechinho das imagens que vão compor o futuro documentário sobre o projeto, e, em seguida, apresentou um gráfico: “Há mais casas com televisão do que com geladeira no Brasil”, revelou. Há cinco anos ele reforma casas no quadro “Lar Doce Lar”, do programa Caldeirão do Huck, na Rede Globo. A estatística serviu para mostrar o alcance e o impacto da sua imagem. “É uma responsabilidade muito grande comunicar em um veículo tão abrangente quanto a TV”, comentou. Quando sua equipe aportou no vilarejo do semiárido piauiense, ele foi logo reconhecido por todos.

Foi durante uma palestra que proferiu no Piauí que Rosenbaum se conectou com o SEBRAE local e pediu uma lista de possíveis pontos de ação para a segunda etapa do projeto (a primeira foi realizada no Parque Santo Antônio, zona sul de São Paulo). A seleção da região foi em função de sua carência, indicada pelo baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano, padrão estabelecido pela ONU). O lugar foi escolhido por uma reação orgânica da equipe. “A fotógrafa Tatiana Cardeal soltou: ‘É aqui’”, relembra.

O artesanato e a sustentabilidade já eram realidade em Várzea Queimada. As mulheres trançavam a abundante palha de carnaúba e os homens esculpiam borracha reciclada de pneus velhos. A transformação da matéria prima em um “objeto-conceito” foi feita em parceria com os portugueses Pedro Ferreira e Rita João, do Pedrita Studio. “As pessoas de lá vivem de bolsa família e da aposentadoria. Eles dispõem de muito tempo livre. Já estavam preparados, esperando por trabalho”, pontua Rosenbaum.

A palestra seguiu com a fala do ambientalista Kaká Werá, estudioso da cultura indígena. Ele remontou a história de Várzea Queimada, apontando a origem negra e índia, e falou sobre a felicidade do povo: “O cálculo do IDH não leva em conta a felicidade”, avisa.

“As pessoas saem de lugares como Várzea Queimada em busca do progresso e acabam em lugares como o Parque Santo Antônio”, reflete Rosenbaum. O bairro paulistano sediou a primeira parte do “A Gente Transforma”. Por lá, o designer coloriu as casas no entorno do campo de futebol, fundou uma biblioteca e deu vida nova à comunidade. “Para conseguir fazer o trabalho lá tínhamos que pedir autorização para o Cabelo, o chefe do tráfico da favela. Conheci o Cabelo e pensei: ‘Ele é um menino, por que todo mundo tem medo dele?’. O tal Cabelo é o Geovani, que está aqui com a gente”, surpreendeendo a todos.

O ex-Cabelo contou que vendo as mudanças trazidas pelo projeto, se sentiu estimulado a largar o tráfico. “Eu tenho três filhos, pensava em dar o exemplo para eles”, confessou. Quando o projeto chegou ao fim. O jovem pediu um trabalho para Rosenbaum. Hoje ele trabalha na ONG Casa do Zezinho.

“O Geovani é um empreendedor, um líder, ele só estava jogando do lado errado”, comentou. Com a exposição do São Paulo Fashion Week, Rosenbaum e sua equipe pretendem promover transformações como a de Geovani. “O Brasil tem muitos lugares prontos para receber o projeto”, ele finaliza.

Look do dia – Chanel

À partir de uma pequena chapelaria –aberta em 1910 com a ajuda do namorado, o milionário inglês Boy Capel–, Coco Chanel criou uma marca lendária, libertou as mulheres do uso do corset, ousou vestir roupas masculinas e transformou o tailleur de tweed em ícone de elegância. Mas ela nunca precisou de pérolas verdadeiras para se sentir cool ou chic.

Ela dizia: “Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher.” Porque estilo tem a ver com identidade e auto-conhecimento, e não com a grife de uma bolsa ou a exibição joias caras. #ficaadica

UPDATE: A ironia é que a marca tenha se tornado hashtag  em postagens de blogueiras ostentação.

Modelo posa em frente à Maison Chanel, usando o famoso tailleur
O clássico tailleur Chanel

Paper Punk – faça seu próprio paper toy

Robozinho de papel da Paper Punk

 

Adorei os toys da Paper Punk, marca idealizada por Grace Hawthorne. Eles vêm em cartelas destacáveis de papel encorpado e só precisam ser dobrados e encaixados para se transformarem em lindos robôs, carrinhos ou animais. Cada kit inclui ainda dezenas de adesivos decorativos e instruções fáceis de seguir, em formato de poster. Preços a partir de 9.99 dólares, mais o frete.

 

O Noel de Ronaldo Fraga

Ronaldo Fraga está celebrando o Natal em suas lojas de um jeito bem brasileiro e original. Seu Papai Noel não tem barba branca, não mora no Polo Norte e tampouco anda num trenó puxado por renas. Ele é carioca de Vila Isabel, sambista e compositor dos mais importantes do Brasil, e tem uma flor no sobrenome. Quem não souber de quem se trata repete de ano na matéria “cultura popular” e não ganha presente de Noel!

Sim, o Natal de Fraga gira em torno de Noel Rosa, inspiração da coleção primavera-verão que está nas lojas. Por isso, hoje, às 15:30 hs, rola um pocket show com Carol Bezerra interpretanto composições dele na loja de São Paulo, na Vila Madalena.

Obrigada pelo presente, Ronaldo!

Pocket show com Carol Bezerra
Sábado, 10/12/2011, às 15:30h
Rua Aspicuelta, 259, Vila Madalena, São Paulo

Cris Guerra, a moda e a arte

A não ser que você não tenha o hábito de acessar blogs de moda e estilo, e tenha caído aqui no Moda Sem Frescura de paraquedas, certamente conhece o trabalho da Cris Guerra, blogueira do Hoje Vou Assim. 

Precursora, no Brasil, do modelo de blog que publica looks diários, Cris sempre foi bem mais do que uma moça estilosa com um guarda-roupa bacana. Construiu uma carreira bem sucedida como redatora publicitária, escreveu o livro Para Francisco, e passou a colaborar com jornais, revistas e rádios. Recentemente, abriu mais uma frente de atuação: criou uma coleção de acessórios em parceria com Lita Raies, vendida na loja virtual. 

E sobretudo, sempre soube que a moda deve ser usada como uma forma de expressão, de forma criativa e libertadora. Confira o vídeo postado hoje por ela, com alguns pensamentos lúcidos sobre o assunto.

Além de demonstrar minha admiração por Cris Guerra, este post tem o intuito de chamar a atenção para o fato de que não basta se vestir com roupas caras e posar de fashionista num eterno lookbook online.  O fenômeno da blogueira patricinha, com uma bolsa de grife na mão e nenhuma ideia na cabeça, já ultrapassou todos os limites do ridículo. 

UPDATE: o inferno da blogosfera tem subsolo.