espalhando arte e inovação

Já conhece o The Creators Project? É uma ideia muito bacana que pretende, segundo a definição de seus criadores, “celebrar a criatividade e a cultura entre os meios de comunicação ao redor do mundo. O Projeto surge em um momento da história da arte em que as tecnologias digitais têm revolucionado a distribuição, democratizado o acesso e reimaginado o escopo e a escala com que cada artista pode idealizar uma visão e alcançar um público. The Creators Project é um de canal de artes e cultura completamente inovador desenvolvido para um mundo completamente novo”.

Conteúdos impressos e digitais serão distribuídos através do site, de exposições, debates e instalações em vários centros urbanos ao redor do mundo, a partir de junho. A primeira cidade a receber o projeto será Nova York, e em seguida virão Londres, São Paulo e Seul, culminando com um enorme evento em Pequim, em setembro.

Atualmente, o site mostra, entre outras coisas, um vídeo bem legal com Muti Raldolph, artista multimídia que já fez a curadoria do espaço da Bienal durante o SPFW (foto acima), criou cenários memoráveis para desfiles (como uma enorme onda tridimensional, feita de isopor fatiado) e  idealizou o D Edge, um dos clubes noturnos mais interessantes do país.

Outros artistas que  já foram entrevistados pelo Creators Project são: o DJ e produtor Diplo, o músico chinês Sulumi, a banda francesa Phoenix. Mas muitos outros já estão programados: Jum Nakao, Mixhell, Alexandre Herchcovitch, Spike Jonze, Mark Ronson… A lista é longa. Espia lá que vale a visita!

no pulso da urbe

Quinta-feira é dia da coluna “Tesouros sem Frescura” da Liliane Oraggio. E hoje ela fala sobre o novíssimo livro do artista plástico Jaime Prades. Conta tudo, Lili!

No Pulso da Urbe
Como um moleque, elétrico, todas as moléculas de Jaime Prades se organizam para interlocutar com a alma da cidade. E não é metáfora: usando vários suportes Jaime invade os espaços urbanos com intervenções arqueológicamente pós-modernas. Mesmo quem passa sem ver de fato, é capturado pelo arcaico futurista de suas figuras. Num átimo, as inscrições em paredes ou adesivos jogam os passantes do passado, para o futuro sem excluir o momento do passo, tudo muito delicado.
Em 252 páginas, A Arte de Jaime Prades (ed. Olhares) organiza os últimos trinta anos da intensa produção de Prades, espanhol radicado no Brasil. Integrante do grupo Tupinãodá, ele desvirginou os túneis da Paulista na década de 80, num exercício de clandestinidade cidadã com alta qualidade ética e estética. Hoje, ele coloca conhecimento e sensibilidade a serviço de uma rede de conexão imediata e permanente com a vida nos espaços coletivos.
Aqui, uma pequena entrevista com o Jaimito, jóia antiga do meu Tesouro e com teor zero de Frescura.
Liliane Oraggio – Seu ateliê é a rua?
Jaime Prades – A rua vai contaminando o ateliê, o ateliê vai contaminando a rua, e eu vou encontrando soluções em um espaço que trago para o outro. Eu vejo como uma espécie de respiração, um processo mútuo de inspirações.
L.O.-  De onde vem sua inspiração?
J.P. – Não sei! Só sei que vem. A palavra inspiração é em si vital. Ela indica o movimento da entrada do que está fora. Ao contrário da expiração que traz o que está dentro para fora. As imagens do que vemos no mundo, fora de nós, repercutem simbolicamente nas profundezas da mente, repleta de símbolos. Por sua vez, essa memória ancestral e coletiva de significados se manifesta no mundo e se materializa, por meio das artes, na realidade. Como artista, o que sinto é que sou um mensageiro que traz das profundezas da memória coletiva signos e símbolos para a realidade. Quando o artista povoa a realidade com símbolos, eles tornam-se realidade, e novamente repercutem internamente, carregados de sentido. Nessa respiração permanente, percebo mais a expiração do que inspiração.
L.O. – Qual é a graça da intervenção artística na cidade?
J.P. Fazer arte nas ruas é um esporte radical cheio de adrenalina. Também é um exercício de cidadania e de humanização do nosso espaço comum. As ruas são o retrato do que somos coletivamente. Elas mostram nosso estágio como comunidade. É o “consciente coletivo” exposto, é a caverna a luz do dia. O “Homo urbanus” nas suas mega cidades repletas de inscrições. No lugar de bisontes, extraterrestres.

No Pulso da Urbe

Como um moleque, elétrico, todas as moléculas de Jaime Prades se organizam para interlocutar com a alma da cidade. E não é metáfora: usando vários suportes Jaime invade os espaços urbanos com intervenções arqueológicamente pós-modernas. Mesmo quem passa sem ver de fato, é capturado pelo arcaico futurista de suas figuras. Num átimo, as inscrições em paredes ou adesivos jogam os passantes do passado, para o futuro sem excluir o momento do passo, tudo muito delicado.

Em 252 páginas, “A Arte de Jaime Prades” (ed. Olhares) organiza os últimos trinta anos da intensa produção de Prades, espanhol radicado no Brasil. Integrante do grupo Tupinãodá, ele desvirginou os túneis da Paulista na década de 80, num exercício de clandestinidade cidadã com alta qualidade ética e estética. Hoje, ele coloca conhecimento e sensibilidade a serviço de uma rede de conexão imediata e permanente com a vida nos espaços coletivos.

Aqui, uma pequena entrevista com o Jaimito, jóia antiga do meu Tesouro e com teor zero de Frescura.

Liliane Oraggio – Seu ateliê é a rua?
Jaime Prades – A rua vai contaminando o ateliê, o ateliê vai contaminando a rua, e eu vou encontrando soluções em um espaço que trago para o outro. Eu vejo como uma espécie de respiração, um processo mútuo de inspirações.

L.O.-  De onde vem sua inspiração?
J.P. – Não sei! Só sei que vem. A palavra inspiração é em si vital. Ela indica o movimento da entrada do que está fora. Ao contrário da expiração que traz o que está dentro para fora. As imagens do que vemos no mundo, fora de nós, repercutem simbolicamente nas profundezas da mente, repleta de símbolos. Por sua vez, essa memória ancestral e coletiva de significados se manifesta no mundo e se materializa, por meio das artes, na realidade. Como artista, o que sinto é que sou um mensageiro que traz das profundezas da memória coletiva signos e símbolos para a realidade. Quando o artista povoa a realidade com símbolos, eles tornam-se realidade, e novamente repercutem internamente, carregados de sentido. Nessa respiração permanente, percebo mais a expiração do que inspiração.

L.O. – Qual é a graça da intervenção artística na cidade?
J.P. Fazer arte nas ruas é um esporte radical cheio de adrenalina. Também é um exercício de cidadania e de humanização do nosso espaço comum. As ruas são o retrato do que somos coletivamente. Elas mostram nosso estágio como comunidade. É o “consciente coletivo” exposto, é a caverna a luz do dia. O “Homo urbanus” nas suas mega cidades repletas de inscrições. No lugar de bisontes, extraterrestres.

Em paz com a natureza urbana

Uma das experiências mais marcantes de 2009 foi participar junto com Jaime Prades e Afonso (o jardineiro) e muitos outros vizinhos, da transformação de um pequeno terreno baldio em uma pracinha. Prades já tinha demarcado o território com seus grafites e com a instalação Árvore das Perguntas, que teve suporte em um resistente chapéu-de-sol, plantado ali há onze anos.

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Pusemos a mão na massa durante meses, cavando o concreto e a terra, removendo entulho plantando e caprichando nesse espaço comum. Em mim, essa ação teve o efeito de uma reconciliação com a cidade e com o bairro. Quem ama cuida e quem cuida passa a amar. Simples assim. Esses beija-flores nasceram ali, em plena Apinajés, pura natureza urbana.

Para saber mais veja reportagem completa e álbum de fotos no site Planeta Sustentável.

Por: Liliane Oraggio

A arte da rua no museu

Ontem eu tive o privilégio de participar de uma visita guiada, exclusiva para jornalistas, pela exposição “De Dentro Para Fora, De Fora Para Dentro”, que será aberta ao público hoje. Além de ter acesso ao espaço expositivo ainda vazio de pessoas e ruídos, pude conversar com Baixo Ribeiro, um dos curadores da mostra, e com os artistas Zezão, Stephan Doitschinoff, Titi Freak, Ramon Martins e Daniel Melim. Carlos Dias, que também integra a mostra, não estava lá. Foi uma experiência inesquecível. Logo de cara, a visão panôramica do cubo branco do Masp tomado pela arte da rua, me deixou sem fôlego.

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“Apesar de já termos participado de exposições em outros museu,s como o Memorial da América Latina e o Paço das Artes, estar no Masp dá uma nova dimensão de importância e visibilidade para a arte urbana”, disse Baixo Ribeiro.

Daqui a pouco eu conto mais sobre as conversas, por enquanto, tem mais um monte de fotos no Flickr do Moda Sem Frescura! Espia lá!

choque elétrico

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Neste sábado, 4 de junho, às 16 horas, rola a abertura da exposição Coletiva Choque 2009, com obras dos artistas Zezão, Jaca (autor da obra acima), Carla Barth, Presto, Daniel Melim, Adam Wallacavage, Jeff Soto, Gachaco, Titi Freak e Yumi Takatsuka.

De acordo com o texto de divulgação do evento, escrito por Larissa Marques, o denominador comum entre os participantes é a “evolução do trabalho, tanto em conceito, quanto em qualidade de pintura. Baixo Ribeiro, sócio-proprietário da galeria, diz que “todos os artistas da Choque Cultural estão buscando ‘passar de fase’, subir um degrau. Eles tem estudado e experimentado como nunca, procurando o aprofundamento técnico e um trabalho mais consistente”.

Ainda segundo o press release:

Para esta exposição, Daniel Melim vai fazer uma instalação no porão da galeria, com as paredes pintadas, além de suas obras, como o que apresentou durante a quinta edição da SP-Arte, em maio deste ano. Daniel Melim é um expoente da stencil art, conhecido por seu trabalho no Jardim Limpão, em São Bernardo do Campo, onde pinta a fachada das casas, colore os becos e vielas.


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Zezão (autor da obra acima e já citado num post por causa do filme “No Traço do Invisível”, que foi exibido no Resfest), que é um dos artistas mais antigos da Choque Cultural, mostra a sua nova fase com trabalhos de colagem. Zezão também é conhecido por suas intervenções em galerias pluviais e na paisagem urbana, trabalho que o levou para outros universos como galerias de arte e museus.

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O veterano Jaca (acima) trouxe novas pinturas que concentram riqueza de detalhes. Começou a ilustrar quando ainda morava em Porto Alegre, incentivado por outra fera, Fábio Zimbres. Jaca construiu um imaginário próprio, rico em personagens e cenários doentios, algo entre o desenho infantil e o surreal.

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Parte da vanguarda que a Choque Cultural apresenta, surge a gaúcha Carla Barth que, além da carreira solo, integra o coletivo Upgrade do Macaco. Ela criou um mundo fantástico, de atmosfera psicodélica, com personagens que carregam, ao mesmo tempo, o mistério dos seres mitológicos e a simpatia dos desenhos infantis (foto acima). Suas esculturas de papier-mâché, técnica que explora com maestria, mostram bem a imponência estatuária confrontada à fragilidade do brinquedo.

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Presto é uma dos principais destaques da Coletiva, apresentando trabalhos em desenho e pintura muito delicados, além de suportes construídos (e destruídos) com exímio. O artista de 33 anos estudou na Escola Carlos de Campos, berço de artistas que se consagraram no graffiti paulistano, como Speto, osgemeos e Onesto. Começou a pintar nas ruas em 1996 e, desde então, desenvolve um imaginário próprio, formado por figuras fantásticas e uma caligrafia rebuscada, quase abstrata. A obra acima é dele.

Yumi Takatsuka apresenta novas obras nesta exposição, em que utiliza látex, tinta acrílica e automotiva, sempre sobre madeira. Yumi nasceu e vive, atualmente, no Brasil mas foi criada em Osaka. Fez exposições no Japão e participou da mostra Himegoto, na Choque Cultural, em 2006. Sua grande inspiração são os animais ligados à alimentação. A artista os pinta e desenha sem sentimentos de pena ou indignações. Ela está mais interessada em discutir essas sensações conflitantes contidas no processo do sacrifício para a geração de mais vida, num misto de sutil cromatismo e atmosfera lírica que motiva o observador a enxergar sua obra com mais profundidade.

Reunindo esses artistas, a Choque Cultural pretende apresentar sua progressão, resultado do intenso trabalho de curadoria e suporte à carreira de artistas jovens e consagrados dentro do cenário da arte urbana e contemporânea. “A Coletiva deve ser uma exposição emocionante e impressionante, com pinturas de qualidade e instalações de impacto para o visitante”, resume Eduardo Saretta, sócio-proprietário da galeria.

[todas as imagens: divulgação]

mural

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Logo mais, às 19:30hs, na Daslu, rola o coquetel de abertura da Urban Art, exposição coletiva de arte urbana com os feras: Flavio Samelo, Stephan Doitschinoff, André “Pato”, Bruno Kurru, Felipe “Mottilaa” Motta e Felipe “Flip” Yung. A curadoria é da Kultur.

Estou tentando não ser preconceituosa, mas acho que pode ser divertido ver no que dá a miscigenação entre grafiteiros e patricinhas. Um passarinho me contou que os artistas receberam instruções para “não fazer coisa feia”!!! Será que eles “obedeceram”? rsrsrs

Eu vou até lá conferir!

Urban Art Daslu: de 18 a 29 de setembro, das 10 às 20 hs, na Galeria Daslu. Av. Chedid Jafet, 131, tel. (11) 3841-4000.