simplicidade sem simplificação

Faz um tempo que ando intrigada com uns anúncios que vejo no jornal, meio enigmáticos, de uma tal de Max Haus. Como parecia ser um empreendimento imobiliário e resolvi que este ano vou, finalmente, comprar um apê, fui investigar do que se tratava. E fiquei muito bem impressionada!

Tudo se baseia num conceito tão simples quanto inovador, batizado de Arquitetura Aberta: um espaço de 70 metros quadrados que cada um customiza como quiser. Sem as paredes internas –que costumam transformar os apartamentos em caixinhas de fósforo– sobra mais espaço o que é realmente essencial.

Adorei as sugestões de decoração!

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Por Guilherme Ommundsen e Mariana Albuquerque

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Por Indio da Costa

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Por Felipe Protti

O bacana é que o conceito se estende pelo prédio todo, então lá não tem churrasqueira, salão de festas e outras cafonices do gênero. Por outro lado, tem piscina com raia, sala de fitness, vestiário para diaristas e lavanderia coletiva. Ou seja, espaços que tem a ver com as necessidades de hoje.

Quem quiser “brincar de casinha”, pode entrar no site da Max Haus e decorar seu próprio apartamento, clicando no ícone MaxHaus Virtual. Divirta-se!

Vale a pena, também, ver o filme de lançamento do projeto: uma animação digital bem maluca, com imagens psicodélicas!

qual o sabor da música?

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Abre parêntesis: o foco do blog é moda e tals, mas ultimamente eu ando numa fase musical, então… aí vai mais um post sobre música. Além disso, é inegável que o mundo fashion e a cultura pop se fertilizam e se retroalimentam o tempo todo. Então, sem mais sentimentos de culpa, fecha o parêntesis!

Há um tempo atrás eu encomendei, pela internet, a revista francesa WAD (we’ar different/a magazine about urban fashion & culture). Demorou quase 2 meses, mas finalmente o exemplar chegou: um calhamaço de 400 páginas, recheado de matérias interessantes, muitas das quais ainda nem tive tempo de ler. Mesmo assim, uma delas me chamou a atenção por causa do tema inusitado. A matéria  “Rock’N’Food” procura traduzir discos em comes e bebes.

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O Nuyorican Soul de Jocelyn Brown vai bem com mojito e comida cubana.

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Os Beastie Boys deixaram de lado os enlatados trash e viraram macrobióticos: deguste com tofu e vegetais.

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O lance do Krafwerk é remixar (I love the Magimix), então passe tudo pelo processador de alimentos. 

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Para cultuar o Metallica, vá de molho vermelho sobre sua carne favorita.

E a conexão entre música e comida me lembrou do livro “Mordidas Sonoras” (“Sound Bites”, o título é tão melhor em inglês!), em que o vocalista do Franz Ferdinand, Alex Kapranos, dá uma versão gastronômica da turnê mundial da banda. Os textos foram publicados originalmente no jornal inglês The Guardian. Leia um trecho, a seguir:

Café da manhã em La Manitas / Austin

“Um cowboy está parado do lado de fora do Las Manitas. Sua barba é grisalha debaixo do chapéu Stetson e dos óculos escuros imensos. Ele veste um top preenchido de maneira convincente com um espetacular par de implantes. Além das botas com esporas, a única outra peça que usa é uma sunga rosa-shoking. Também preenchida de modo convincente. Isso é Austin, e os cowboys daqui não são como os do resto do Texas. (…) No menu há huevos rancheros, chilaquiles (verdes ou rojos) e plato de chorizo. Feijão só de dois tipos: preto ou virado. Pergunto a um texano se eles comem feijão-vermelho e vez em quando. ‘Eca! Nojento!’ Feijão-vermelho parace ser uma interpretação britânica dada à comida mexicana, como sushi com maionese ou lasanha com fritas.”

E não é que o Kapranos, além de boa pinta e estiloso, escreve bem? Delícia!

domingueira gótica

Nos anos 80 a gente fazia fila na porta do Carbono 14, um bar que ficava na rua 13 de maio, no Bixiga, para assistir aos vídeos piratas que um dos filhos do dono, chamado Castilho, mandava de Nova York ou de Londres.

O Carbono 14 era tão vanguarda, mas tão vanguarda, que funcionava como bar, videoteca e casa de shows –ou seja, era multimídia quando este termo ainda nem tinha sido inventado. Além disso, os 3 ou 4 andares do local (quem é ficava contando os lances de escada? eu é que não!) eram grafitados e ninguém fazia idéia do quanto isso ainda viria a ser hype.

Foi lá que vi “Shadow of Light”, vídeo do Bauhaus, que me causou uma profunda impressão: Peter Murphy de sobretudo preto, com ombreiras tão dramáticas quanto a sua atuação no palco; o hino gótico “Bela Lugosi’s Dead” (de 1979), com baixo e guitarra hipnóticos; o guitarrista Daniel Ash com as veias do corpo riscadas de lápis preto. Era quase impossível não sair de lá convertido à tribo dos darks, com ares vampirescos.

Beeeela is deeeead!

PS- tudo isso veio à tona por causa do desfile da Ellus, no SPFW, que botou a música do Bauhaus na trilha sonora.

E para completar, “She’s in Parties”, mais um clássico gótico da banda. Repare nos cabelos e no figurino!

flores e faunos

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Já viu o filme de animação da Prada, que entrou no ar esta semana, no site da marca? 

Intitulado Trembled Blossons, o filme foi feito à partir dos desenhos com estética art-nouveau e algo surreal que estampam a coleção de primavera-verão 2008. Tudo obra do estúdio de design gráfico 2×4, responsável também pelo visual do site, das concept stores e do material de divulgação da Prada.

 Segundo entrevista com Michael Rock — que é co-fundador do estúdio 2×4– publicada na revista POP,  as belas imagens foram elaboradas à partir de uma extensa pesquisa que incluiu desde desenhos do mestre art-nouveau Aubrey Beardsley até ilustrações do RPG Dungeons & Dragons, passando também por psicodelia e estampas Liberty.

O clima de magia fica completo com a trilha sonora delicada composta pela dupla americana CocoRosie.

Para se deliciar com a fábula da garota que nasce do encontro entre uma flor e um beija-flor, ganha sapatos feitos de insetos e bolsa que já foi peixe, é só acessar o site da Prada e clicar em Trembled Blossons

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no tom certo

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 Uns inauguram, uns encerram. Explico melhor:

Neste final de semana tem mais programação para quem gosta de arte, além da abertura da expo Sublime!? na galeria Emma Thomas (veja 2 posts abaixo). É que neste sábado, dia 9, rola festinha de encerramento da exposição do artista Eltono na Galeria POP/ROJO.

E para quem não conhece o cara, este texto da galeria Adesivo, de Porto Alegre –onde ele também vai expor, no final do mês–, dá uma boa noção:

“Esse parisiense radicado em Madrid é um dos principais nomes da street art mundial, por pioneirismo, abrangência e qualidade de trabalho, além de ser um dos raros artistas que consegue conciliar e integrar suas intervenções urbanas com exposições em espaços de arte Eltono, pseudônimo que utiliza desde que passou a viver na Espanha, vem de “el tono” (o tom). Como no graffiti “tradicional”, onde a assinatura do grafiteiro é a própria obra, o artista resolveu se destacar no meio do mar de nomes utilizando um ícone, o diapasão, aquele objeto de metal que vibra, uma espécie de garfo com dois dentes utilizado pelos músicos para “dar o tom” e afinar seus instrumentos. Mas a forma original do diapasão é só um ponto de partida para Eltono que, com uma técnica própria, distorce e reinventa a forma, criando labirintos geométricos cheios de sutilezas e detalhes, resultando em conjuntos visualmente instigantes que adornam e se misturam com superfícies urbanas cuidadosamente escolhidas.”

A foto acima, exibida no blog do artista, é de um graffiti feito aqui no Brasil, em Porto Alegre, entre um toró e outro. (Eta tempinho chato desse nosso verão, heim!)

Vale a pena, aliás, dar uma olhada no blog: tem coisas bem legais como os vídeos que mostram instalações/esculturas e até obras sonoras que interagem com o público. Neste aqui, as esculturas fizeram sucesso com as crianças e até com um cachorro!!!

A galeria e livraria POP fica na rua Virgílio de Carvalho Pinto, 297, Pinheiros. E a festa de encerramento começas às 17 horas.

cool t-shirts

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Quem passou pela Bienal durante o SPFW pode ouvir o estilo de uma série de camisetas criadas por artistas, estilistas e grafiteiros, no espaço da Fiat. Ouvir o estilo? Sim, eu disse isso mesmo. Cada camiseta tinha um trilha sonora correspondente, era só conferir nos fones de ouvido.

A iniciativa, de tão bacana e inovadora, chamou a atenção do site Cool Hunting, antenado nos hypes que rolam pelo mundo todo. Legal, né!

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Se você ainda não conhece o Cool Hunting, vale a pena acessar e se cadastrar para receber os boletins diários ou semanais.

a arte da sublimação

Sábado tem programa bacana para quem gosta de arte: a abertura da exposição Sublime!? na Galeria Emma Thomas. Entre os participantes, destaco os fotógrafos Marcio Simnch e Paulo Bega, que já apareceram aqui no blog. E vou lá e depois conto como foi, ok?

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