Franca Sozzani, uma pessoa lúcida

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Meu amigo Cristiano, fotógrafo, já havia me alertado que a entrevista com Franca Sozzani, publicada no site do IQONS valia a pena. Só hoje consegui ler, e achei mesmo muito interessante. Ela fala das mudanças recentes que implementou na revista L’uomo, que agora só fotografa homens reais, ao invés de modelos, porque segundo ela “os homens não funcionam da mesma maneira que as mulheres. Mulheres olham para uma imagem e sonham. Homens querem ler, entender, querem um novo estilo. Então eu eliminei os modelos. Eu não queria mais pessoas que não fossem reais. E aí a coisa se torna transversal: eu vou da nova banda nova iorquina até pessoas de 70 anos.”

Fala sobre criatividade (numa tradução aproximada, feita por mim): “Rei Kawakubo, por exemplo, continua a inovar a cada estação, depois de tantos anos. Você pode não gostar, mas ela continua a criar. Ela é tão boa, ela é meu ícone, porque a cada estação ela cria esse diálogo de pesquisa em torno de si,  mas ela também ofereceu a oportunidade a outros, como Tao, Undercover e Junya Watanabe, para que eles expressasem suas próprias visões pessoais. Ela é tão avançada em seu design que, até eu digo isso, nunca vestiria muitas das suas roupas que ela faz. Eu as compro porque acredito nela, e então alguns anos mais tarde eu me pego vestindo aquelas roupas!”

E tem muito mais, sobre street style (sim, ela também gosta de sites como Face Hunter), futuro, a revolução da internet, e o lançamento de novos talentos, incluindo um projeto com o Brasil . Está tudo AQUI.

Uma coisa que eu não entendi, em relação à revista Vogue italiana, é esta última capa, que você vê acima. Sem dúvida é uma imagem linda, mas não se parece com as capas feitas nos últimos anos, muito mais conceituais e estranhas. Será que vem mais mudança por aí? As próximas edições talvez respondam à minha pergunta. Vou aguardar.